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“Antes da gente ter uma estrutura mínima do SUS, não temos como discutir abertura de comércio”, vereador Hugo Victor

Jailson Dias

Para o presidente da Câmara Municipal de Picos, vereador Hugo Victor (MDB), não há viabilidade para discutir abertura do comércio local nesse momento de pandemia. Em entrevista concedida na tarde desta quinta-feira (16), quando o legislativo retomou as sessões plenárias, ele afirmou que os hospitais e o SUS, de uma forma geral, precisam estar aptos a receber pessoas infectadas pelo coronavírus, antes que se possa flexibilizar o isolamento social.

“Antes da gente ter uma estrutura mínima necessária nos meios de saúde, nos hospitais, no SUS, não temos como discutir abertura de comércio; para se ter uma ideia, os primeiros 50 dias do coronavírus nos EUA só tinha 1900 casos e chegava a nove mortes e no Brasil já vamos com 25 mil casos e passando de dois mil mortos, e nos EUA já vão com 600 mil infectados”, comentou.

Embora declare entender a importância da economia e do comércio picoense, Hugo Victor afirmou que as precauções precisam ser adotadas para evitar que as pessoas sejam contaminadas e, em caso de infecção, recebam o tratamento adequado. “É vida, a gente precisa estar vivo para que isso aconteça (comércio)”, declarou.

O presidente do legislativo informou que recebeu o documento elaborado pelos dirigentes lojistas de Picos e disse estar à disposição para debater a situação do comércio, mas frisou a impossibilidade do atendimento a todas as pessoas caso a doença saia do controle aqui a cidade.

“Se 2% da população adquirirem o vírus, teremos 1500 infectados e se 2% desses infectados precisarem de UTI, serão mais de 30 leitos de UTI, nós só temos 10, e aí? Vamos reabrir o comércio para estourar 20 ou 30 mil casos? A UTI, não temos”, frisou.

Os 15 vereadores apresentaram e aprovaram um requerimento encaminhado ao Governo do Estado pedindo a instalação de um hospital de campanha na cidade para atender eventuais casos de coronavírus. Hugo Victor disse ainda que é melhor manter o isolamento social e não viver a situação de outros países como o EUA, que hoje se arrependem de decisões tomadas no passado.