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“Tem que trabalhar a questão psicológica”, diz paciente com Covid-19

Agência Brasil

O piauiense Samuel Lima Sousa, servidor público, foi diagnosticado na segunda-feira passada (13) com Covid-19. Em isolamento há 10 dias aqui em Teresina, ele conversou com a reportagem de O Dia sobre como está sendo o tratamento e a convivência com a doença. Entre os principais sintomas, ele relata a perda total do olfato e do paladar, mas também destaca: trabalhar o psicológico é de extrema importância para conseguir passar pelo Coronavírus sem maiores complicações.

Clinicamente falando, é sabido que a Covid-19 pode apresentar complicações a partir do oitavo ou nono dia de infecção. No entanto, por se ratar de algo novo para o qual não há cura médica nem tratamento, é como se os pacientes andassem no escuro aguardando que o próprio corpo responda de maneira positiva ao vírus e o elimine. Diante da incerteza sobre a evolução de seus quadros, é comum que as pessoas infectadas fiquem ansiosas e um tanto temerosas quanto ao que está por vir.

Samuel afirma que justamente que controlar essa ansiedade é um dos principais desafios para quem testa positivo para o Coronavírus. “O que vinha me perturbando mais era a questão da ansiedade: como será que ela pode se agravar. Mas aqui em casa com o apoio da minha esposa e da minha família, a gente vem sempre mantendo a calma e buscando o isolamento. É isso que eu tenho alertado para quem tiver a doença: manter a calma e se hidratar bem. A ansiedade nesse momento acho que piora, porque a mente da gente é capaz de agravar um caso que as vezes nem poderia ser aquilo tudo”, discorre Samuel.

Piauiense, ele é servidor público no Estado do Ceará, que já possui mais de 200 mortes e mais de 100 cidades com casos confirmados. Samuel disse que sentiu os primeiros sintomas da Covid-19 na semana passada após retornar do estado vizinho para casa. O paciente relatou dores nas costas e nas articulações, que durou uns três dias, além de uma leve febre e, posteriormente, a perda total do paladar e do olfato. Estes dois, segundo ele, foram os sintomas mais agudos.

“Foi o sintoma crucial para ir pro diagnóstico. Não sinto cheiro de absolutamente nada. Acetona, álcool, qualquer coisa que eu vier a cheirar, não consigo sentir”, diz. Ele suspeita que infecção pelo coronavírus tenha acontecido no trabalho, porque quando estava em casa, permanecia no isolamento assim como todos os demais membros da família. Antes de sentir os primeiros sintomas, Samuel passou 21 dias cumprindo a quarentena, só vindo a manifestar os primeiros sinais da doença após ter viajado para o estado vizinho.

É justamente este o recado que ele deixa para quem ainda acredita que há alarde quanto à situação da Covid-19: não é brincadeira e nem invenção. E a única forma de se combater a disseminação da doença é ficar em casa e praticar o distanciamento social. “Para quem puder, fique em casa e se for confirmado, que se hidrate bastante, se alimente bem e trabalhe a questão psicológica para que a doença não se torne um terror e até um trauma”, finaliza.

Por: Maria Clara Estrêla, com informações da O DIA TV