O Boletim do Sertão foi procurado pelos familiares de duas vítimas de um acidente de trânsito ocorrido na noite de ontem, quarta-feira (19), na Av. Deputado Sá Urtiga, próximo a rotatória. A moto onde Luciano Lacerda e Poliana estavam foi fechada por duas picapes – uma Hillux e uma Frontier. Segundo Hildebrando Bandeira Bonfim Júnior, primo de Luciano, o acidente foi verificado por volta das 18h30. Ele e os demais parentes ligaram para o SAMU e em seguida foram até a sede do órgão, no bairro Ipueiras, para pedir uma ambulância para socorrer os acidentados, mas foram informados que não havia ambulância para ser deslocada até o local da colisão.
Hildebrando relatou que após muita luta e a intervenção de um político, eles conseguiram que a direção do Hospital Regional Justino Luz de Picos (HRJL) destacasse uma ambulância da instituição para prestar o socorro, mas não havia equipe para esse atendimento. Então, os familiares voltaram ao SAMU e pediram que os plantonistas fizessem o trabalho.
“Eles não queriam se deslocar, a nossa sorte é que uma enfermeira se sensibilizou com o caso e aí uma equipe se reuniu para prestar o atendimento, mas eles (as vítimas do acidente) passaram quase duas horas lá no chão, jogados, porque dentro de Picos não tinha ambulância para fazer atendimento, pelo menos ontem não tinha”, frisou.
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Depois de toda essa batalha, Luciano e Poliana conseguiram ser conduzidos para o Hospital Regional. Ela teve ferimentos na perna e já recebeu alta médica e está na casa de Hidelbrando, uma vez que a jovem é de Floriano, ao passo que Luciano sofreu uma fratura grave na perna e aguarda cirurgia.
Passada toda essa situação, Hildebrando disse que a família se chateou com a resposta do SAMU ante o pedido. “Minha gente, é uma vida, precisa ser salva de qualquer forma, e eles não poderiam ir porque falaram que seria quebra de protocolo, porque só poderiam ir se fossem autorizados”, lamentou.
Nossa equipe procurou o diretor do SAMU, Jackson Martins, para falar sobre o assunto. Ele confirmou que a equipe foi procurada para prestar esse socorro, mas não havia ambulância no momento. Uma, a unidade avançada, estava para Teresina, pois havia sido designada pela Central de Regulação do SAMU do Piauí para fazer a transferência de um paciente do Hospital Regional para a capital. A outra, a básica, estava quebrada, passando por conserto em uma oficina mecânica.
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Jackson salientou que historicamente Picos conta com duas ambulâncias, pois estas são destinadas para os municípios de acordo com o número de habitantes. Ele frisou que a ambulância que estava em Teresina já retornou para a cidade, pois elas voltam assim que cumprem a missão de deixar um paciente na capital.
O diretor disse ainda que é comum que as ambulâncias do SAMU sejam utilizadas para o transporte de pacientes para Teresina, uma vez que a determinação vem da Central de Regulação do Estado. Quanto a recusa inicial da equipe em atender as vítimas do acidente de ontem, Jackson disse que há um protocolo para que médicos e enfermeiros se desloquem apenas nos veículos do serviço de atendimento móvel.