O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Paulistana, interpôs recurso nesta quarta-feira (17 de dezembro) contra a decisão do juiz da comarca que concedeu liberdade provisória a Narciso Gomes Celestino. Ele é acusado de ser o mandante do feminicídio da própria irmã, a advogada Valdenice Gomes Celestino Soares, morta a tiros na zona rural do município.
O crime ocorreu em 3 de março de 2025, na localidade rural “Jorge”, em Paulistana. O processo também tem como réus Adelaido Gomes Celestino, apontado como executor, e Gabriel da Silva Celestino, acusado de auxiliar na fuga. Conforme laudo pericial citado no caso, a vítima foi atingida por oito disparos de arma de fogo, e as investigações apontam como possível motivação conflitos familiares e patrimoniais relacionados à disputa de terras herdadas.
Segundo o MPPI, Narciso teria influenciado diretamente Adelaido para a execução do crime, enquanto Gabriel, sobrinho da vítima e filho do executor, teria ajudado na fuga após o assassinato. Adelaido segue foragido há mais de nove meses, apesar das diligências da Polícia Civil. Gabriel, por sua vez, foi colocado em liberdade em 14 de outubro deste ano, após decisão do Tribunal de Justiça do Piauí em habeas corpus.
No recurso, o Ministério Público sustenta que a soltura de Narciso pode comprometer a ordem pública, a instrução criminal e a aplicação da lei penal. O órgão cita o descumprimento de medidas protetivas anteriormente concedidas à vítima e indícios de coação de testemunhas, além de apontar que o contexto local reforçaria a necessidade de prisão preventiva. O MPPI também informa que Narciso e Adelaido foram pronunciados por tentativa de homicídio contra Gesiel Levi Soares da Silva, ex-companheiro de Valdenice, crime ocorrido em 2021 e que será julgado pelo Tribunal do Júri. O caso segue sendo apurado pelas autoridades competentes.





