DestaquesEmpreendedorismo e iniciativa

Empreendedorismo na pandemia: jovens Inhumenses inovam no mercado de trabalho

Lisiane Maria Leal Ferreira, Isabel Cristina, Erika Hellem de Sousa Vicente e Laíse Maria Paraíba de Lima. Foto: arquivo das entrevistadas

Por Júlia Borges
Estagiária/Uespi

A pandemia causada pelo coronavírus além de vitimar milhões de pessoas no mundo, causou impactos sociais, econômicos, culturais e políticos. No Brasil, esta realidade não foi diferente. Uma pesquisa feita pelo IBGE, mostra que a taxa de desemprego no último trimestre revela que 14,3% da população está desempregada, são cerca de 14,761 milhões de trabalhadores sem um sustento no Brasil.

No Piauí a situação é semelhante à realidade vivida em todo o país. E, apesar de possuir o menor índice de desemprego do Nordeste, segundo o IBGE, o Estado registra cerca de 14,5% de piauienses em situação de desemprego. Tendo em vista esta realidade, os piauienses buscam uma forma de garantir seu sustento e enxergam no empreendedorismo uma alternativa para driblar esta situação.

Foi o caso de duas jovens de Inhuma – PI – cidade localizada no centro-sul do Estado que fica cerca de 60km de Picos -PI -, que viram no empreendedorismo a oportunidade de realizar o sonho do próprio negócio, mesmo diante de uma realidade econômica nada favorável.

Lisiane Maria Leal Ferreira, Inhumense, 28 anos, com o objetivo de alcançar a liberdade financeira, viu na pandemia a oportunidade e tempo que ela precisava para montar o próprio negócio. Ela resolveu inovar, e montou sua empresa de balões personalizados. Para Lisiane, a pandemia não foi empecilho, ela ressalta:

“A pandemia nessa questão foi o ponta pé pra que eu iniciasse e tirasse o projeto do papel para colocar em prática, já que no emprego que eu estava tinha parado por conta da pandemia. Não pensei em desistir em nenhum momento, pelo contrário, no momento da crise, consegui enxergar uma oportunidade”.

Lisiane Maria afirma que usou do tempo livre para dedicar-se ao seu novo trabalho, e que o apoio que recebeu da sua família para dar andamento neste projeto foi fundamental. Ela explana que o fato de ter dado início ao seu trabalho já na pandemia foi fundamental para aprender a lidar com o mercado de trabalho. Ela usa as redes sociais para divulgar seu trabalho.

“Montei em meio a pandemia e desde então tem dado certo. Também fiz um curso on-line, mas uso muito da minha criatividade, já que sempre gostei de decoração. ”

Outro caso parecido é o da estudante Isabel Cristina da Silva Reis, de 18 anos, que aprendeu a arte de produzir peças em crochê com sua mãe, mas somente na pandemia conseguiu montar sua crochetaria.

“Quando iniciou a pandemia todos nós, no momento do isolamento, precisávamos ocupar a mente e ganhar uma renda extra, e tive a ideia de começar um negócio, e como já tinha costume de fazer crochê, montei logo a crochetaria.”

Isabel Cristina conta as dificuldades que enfrentou em abrir seu negócio em plena pandemia.

Ela ressalta: “Foi desafiador e tive muito medo de não dar certo. No começo pensei sim em desistir, pois os materiais estavam com preço altíssimo e acabou afetando um pouco nas vendas, mas no final deu tudo certo.”

A jovem utiliza as redes sociais para divulgação e vendas das peças que produz, e afirma que conta com o apoio de sua mãe, a arte é repassada na família através das gerações.

Outra história bem parecida também é de duas amigas, Erika Hellem de Sousa Vicente (22 anos) e Laíse Maria Paraíba de Lima (21 anos), que resolveram transformar a amizade em sociedade e montaram uma loja de confecções e cosméticos durante a pandemia. Erika conta como foi essa etapa:

“A Maria Bonita veio bem antes da empório cosméticos, surgiu de um sonho de duas amigas (Eu e a Laíse minha sócia), de ter um empreendimento no ramo da moda. Já a empório cosméticos surgiu devido mais a uma dificuldade, pois o tempo não estava muito propício a moda, devido ao isolamento social, e eu precisava me manter nos estudos, e no ramo dos cosméticos vi uma oportunidade de me sobressair, já que é uma área que todos precisam do uso dos produtos à venda seria mais propícia, e assim conseguir manter financeiramente os meus estudos, mais sou apaixonada por esse empreendimento também, do qual sou proprietária solo e pretendo fazer crescer casa vez mais, e ressalto que é de lá que tiro 100% o custo dos meus estudos”.

A jovem empreendedora, afirma que mesmo conhecendo as dificuldades que iria enfrentar em abrir um negócio durante a pandemia, ela e sua sócia se mantiveram firmes, foi necessário muita persistência, foco e determinação, e apesar das dificuldades, buscavam sempre trazer novidades e inovar no mercado de trabalho. Porém, Erika relata as dificuldades que enfrentou:

“A pandemia atrapalhou nossas vendas sim! Pois a circulação monetária diminuiu e o ramo da moda/cosméticos não era uma área prioritária de consumo, o que acarretou em uma queda nas vendas. Passamos até um mês ou mais sem conseguir vender nada.”

Nas duas lojas, Erika é responsável pela parte administrativa e financeira, e compra de materiais/produtos, já sua sócia Laíse, fica com a parte da divulgação, redes sociais, fotos. E as duas realizam vendas através das redes sociais, como também as entregas, visto que, assim como a realidade das demais entrevistadas – Lisiane e Isabel -, a loja da Erika e Laíse não possui estrutura física, funcionando estritamente on-line.

Apesar das dificuldades, Erika afirma estar sempre trazendo novidades, trabalhando e se especializando muito para levar o negócio a diante. Fazendo cursos on-line, workshops nas áreas de marketing, moda e finanças.