Cinco piauienses foram resgatados em situação análoga à escravidão durante uma operação realizada em uma pedreira de Caldeirão Grande do Piauí, município do Sul do Estado. A ação foi conduzida pela Polícia Federal (PF), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Defensoria Pública da União (DPU), com apoio do Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI).
A operação integrou uma força-tarefa interestadual de combate ao trabalho escravo, que também percorreu cidades do Ceará e de Pernambuco. Ao todo, 20 trabalhadores foram encontrados em condições degradantes, vivendo sem acesso a água potável, banheiros adequados e equipamentos de proteção.
Os auditores fiscais constataram que os trabalhadores não tinham carteira assinada, moravam em alojamentos improvisados e trabalhavam em ambiente insalubre, sem condições mínimas de segurança. A pedreira também não possuía documentação regular, o que agravou a situação.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, as condições verificadas caracterizam violação direta dos direitos humanos e configuram trabalho escravo contemporâneo, uma prática ainda presente em diferentes regiões do país. O órgão destacou que é preciso manter o combate constante e vigilante contra esse tipo de crime.
Este foi o primeiro resgate de piauienses em território estadual neste ano, mas o problema tem se repetido em outros estados. Grupos de trabalhadores naturais do Piauí também foram libertados recentemente em Pacatuba (CE), Magalhães de Almeida (MA), Gentio do Ouro (BA) e Porto Alegre do Norte (MT), atuando principalmente na construção civil e na extração de carnaúba.
As instituições participantes reforçaram que o combate ao trabalho escravo depende também da colaboração da sociedade, por meio de denúncias seguras e anônimas. O MPT disponibiliza canais de atendimento no site www.prt22.mpt.mp.br/servicos/denuncias, pelo WhatsApp (86) 99544-7488, ou presencialmente nas unidades de Teresina, Picos e Bom Jesus.
