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Resistência e doçura: João Batista, o mestre do quebra-queixo em Picos

Há mais de 40 anos, as calçadas da Rua Abílio Coelho, no Centro de Picos, testemunham a jornada de João Batista Faustino, de 58 anos. Conhecido por seu doce ofício, João é o artesão que mantém viva a tradição da venda de quebra-queixo na região.

Sua história, contudo, é marcada pela resiliência. Antes pedreiro, sua vida mudou drasticamente há 12 anos, após um grave acidente de moto provocado por uma colisão. Desde então, ele utiliza muletas e precisa seguir um rigoroso tratamento na perna, com a necessidade constante de realizar exames.

Casado e pai de três filhos – um deles morando consigo – João começa sua jornada diária por volta das 9h, estendendo-se até as 15h. Sua esposa complementa a renda familiar como faxineira.

Apesar da dedicação, o volume de vendas do quebra-queixo já foi maior; hoje, há semanas em que o movimento é muito fraco. Recentemente, a situação apertou com o corte de um auxílio do governo federal que ele recebia, um amparo crucial que deixou de existir.

Com a bengala ao lado e a esperança na voz, João Barista Faustino permanece ali, na Rua Abílio Coelho. Ele é o símbolo vivo de que, mesmo com as adversidades da vida, a doçura do trabalho e a força para seguir em frente são um quebra-queixo diário.