Um estudo realizado pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) revelou que de dez vítimas de feminicídio no estado, quase nove não haviam formalizado denúncias contra seus agressores. Conforme os dados levantados pelo órgão, essa situação foi observada em cerca de 87,8% das ocorrências relacionadas a mulheres assassinadas por seus companheiros entre janeiro de 2022 e abril de 2025.
Para o delegado João Marcelo Brasileiro, gerente de Análise Criminal e Estatística da SSP-PI, os números reforçam a importância das vítimas de violência doméstica buscarem os serviços da rede de apoio. “Esse relatório nos mostra a eficiência da rede. Quando a vítima procura uma delegacia, a Polícia Militar, as instituições como a Casa da Mulher Brasileira ou aciona os telefones disponíveis para denúncia, o caso dela vira um registro e é essa informação que vai permitir que ela passe a ser protegida”, enfatizou.
O feminicídio geralmente é precedido por diferentes tipos de violência. Inicialmente, o agressor pode recorrer a xingamentos, ciúmes excessivo, piadas ofensivas, ameaças, proibição de ações, assédio sexual, chantagem, mentiras e humilhações públicas. Posteriormente, a violência se intensifica com a vítima sofrendo confinamentos, agressões físicas, ameaças com armas ou objetos, abuso sexual, espancamentos, ameaça e morte.
Para orientar mulheres sobre como buscar ajuda, a SSP-PI disponibiliza a cartilha “Você denuncia, o Estado acolhe”, que reúne informações claras sobre os canais de denúncia, procedimentos e direitos das vítimas de violência. O material é resultado de parceria com a Defensoria Pública do Estado, o Tribunal de Justiça e a Secretaria das Mulheres (Sempi). Clique AQUI para acessar o material.
De acordo com a secretária da Sempi, Zenaide Lustosa, o Governo do Estado tem buscado ampliar os serviços de proteção em todas as regiões do estado. “Hoje, cerca de 80 municípios já têm Secretarias da Mulher. Todas as delegacias estão aptas a receber casos de violência doméstica. Mas o mais importante é: não se cale. Sua vida importa. Busque ajuda. Vamos trabalhar por um Piauí com feminicídio zero”, diz.
O principal canal de atendimento às mulheres é o Disque 180, serviço nacional, gratuito e confidencial, disponível 24 horas, inclusive fins de semana e feriados. Ele oferece orientação e encaminhamento das vítimas aos órgãos competentes.
As mulheres vítimas podem acessar diversos tipos de canais. O principal é o Disque 180, central telefônica gratuita, nacional e confidencial, disponível 24 horas, inclusive nos finais de semana e feriados. O serviço garante orientação e encaminhamento das vítimas para os órgãos competentes.
Fonte: cidadeverde.com
