DestaquesEconomia

Produção de grãos deve ter queda no Piauí, mas ainda será recorde, diz IBGE

Foto: Elias Fontinele/O Dia

O IBGE divulgou na quinta-feira (09) o levantamento Sistemático da Safra Agrícola referente ao mês de agosto. O estudo aponta que o Piauí tem previsão de 5,04 milhão de toneladas de grãos e apesar da produção ter tido uma queda, ela ainda deve ser recorde, já que o Estado nunca atingiu esse volume de grãos antes.

De acordo com o IBGE, em janeiro deste ano, a expectativa era que o Piauí alcançasse a marca de 5,44 milhões de toneladas de grãos na safra 2021. Esse valor é 7,29% maior que o esperado em agosto, quando o estado somou 5,04 milhões de toneladas.

“A queda na produção de grãos em relação à previsão inicial foi provocada pelos fatores climáticos adversos, principalmente com a suspensão das chuvas quando as culturas ainda dependiam das precipitações pluviométricas”, explica o supervisor de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Piauí, Pedro Andrade.

O estudo aponta que são esperadas reduções em quase todos os grãos, exceto o algodão herbáceo e o sorgo, quando se compara a atual previsão àquela feita pelos produtores em janeiro deste ano. O feijão deve sofrer o maior impacto, com queda de 45,57% no volume produzido. De acordo com Pedro Andrade, a causa para a redução significativa do feijão é que o cultivo é de baixo maneio, quase que sem defesas agronômicas, portanto, muito suscetível às intempéries climáticas.

Ao contrário dos outros grãos, o sorgo deve ter crescimento de 86,36% em relação ao que estava previsto em janeiro. Apesar do aumento expressivo, isso representa apenas 0,40% da safra de grãos e o aumento esperado equivale a 9.475 toneladas. Portanto, o crescimento na produção de sorgo agrega pouco ao total de grãos, foi o que concluiu o IBGE.

O que dará sustentação à safra recorde no Piauí é a soja. Mesmo com queda de 4,11% em relação à expectativa de janeiro, os produtores ainda esperam encerrar 2021 com um volume de soja 10,87% superior ao do ano passado. O aumento deve ser de aproximadamente 266 mil toneladas na comparação com 2020. A pesquisa também indica que os 30 municípios que compõem a região do cerrado piauiense devem produzir 94,21% do total de grãos gerados no estado em 2021.

Produção de tomate e cana de açúcar deve crescer no Piauí

Enquanto outras culturas devem enfrentar quedas na produção, o tomate e a cana-de-açúcar se destacam pelos crescimentos esperados na safra piauiense de 2021. A previsão do mês agosto aponta para aumentos de 13,77% no volume de tomate e 19,01% na quantidade de cana-de-açúcar na comparação com a expectativa que se tinha em janeiro.

As previsões também mudaram, de janeiro a agosto, com relação à extensão da área plantada e da área a colher. Cerca de 186 hectares devem ser cultivados com tomate e a expectativa é que haja colheita em toda essa área. O aumento é de 12,73%, pois, em janeiro, esperava-se que apenas 165 hectares fossem plantados e colhidos durante o ano.

A área plantada de cana-de-açúcar deve chegar a 21,2 mil hectares, quantidade 9,13% superior ao esperado no início do ano, cerca de 19,5 mil hectares. A extensão em que deve haver colheita passou dos 16,1 mil hectares previstos em janeiro para 17,8 mil hectares em agosto. O incremento, da ordem de 11,05%, deve se dar “em virtude de novas áreas que entraram em idade de corte, bem como melhorias na expectativa de rendimento médio”, comenta o supervisor de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Piauí, Pedro Andrade.

Enquanto o tomate deve ter rendimento apenas 0,92% superior ao previsto em janeiro, a cana-de-açúcar deve ter aumento de 7,17%. O rendimento do tomate deve subir de 33,4 mil quilos por hectare para 33,7 mil. Já a cana-de-açúcar deve passar dos 57,9 mil quilos por hectare para 62 mil.

As informações do Levantamento Sistemático da Safra Agrícola são obtidas por meio de reuniões, que ocorrem periodicamente em todos os 224 municípios piauienses. Os dados coletados são homologados por entidades das áreas pública e privada – instituições financeiras, órgãos de pesquisas, extensão rural, secretarias de agricultura, sindicatos de trabalhadores rurais, cooperativas, associações, produtores. Todas as informações são fundamentadas com subsídios, como pesquisas de campo realizadas com consulta aos maiores produtores.

Fonte: O Dia