Picos, PI – O Piauí irá receber 27 dos 501 médicos especialistas selecionados pelo programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde. O objetivo da iniciativa é reforçar o atendimento em hospitais e unidades de saúde em diversas regiões do país, especialmente naquelas onde há escassez desses profissionais.
Do total de médicos selecionados em todo o Brasil, 260 atuarão no Nordeste, região que historicamente enfrenta déficit de especialistas. Entre os estados da região, o Ceará receberá o maior número de profissionais (64), seguido por Bahia (48), Maranhão (43), Rio Grande do Norte (32) e Piauí (27).
Reforço em áreas prioritárias
Os 501 profissionais selecionados atuarão em 212 municípios de 26 estados e do Distrito Federal. Cerca de 67% deles reforçarão o atendimento no interior do país, em especialidades como cirurgia geral, ginecologia, anestesiologia e otorrinolaringologia. A expectativa é que essa distribuição reduza o deslocamento de pacientes que vivem em áreas remotas para os grandes centros urbanos em busca de atendimento.
A seleção, que é a primeira do programa, atraiu 993 inscritos. Os 501 profissionais escolhidos, que têm em média 12 anos de experiência, começarão a atuar em setembro em 258 hospitais, policlínicas, centros de diagnóstico e outras unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Além de receberem uma bolsa-formação de até R$ 20 mil, eles participarão de 16 cursos de aprimoramento e atuarão em serviços de referência com mentoria de profissionais da Rede Ebserh e do Proadi-SUS.
Integração com a rede pública
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a iniciativa é um passo importante para garantir a presença de especialistas no SUS e diminuir o tempo de espera da população por atendimento. “Com esse reforço, estados e municípios terão suprida a necessidade de especialistas, ampliando o acesso e fortalecendo a rede pública de saúde”, comentou Padilha durante o anúncio dos resultados.
Um dos diferenciais do programa é a atração de profissionais que atuavam exclusivamente na rede privada. Do total de selecionados, 131 (26%) trabalharam anteriormente apenas em hospitais particulares e, pela primeira vez, atenderão pacientes do SUS. Esse dado contraria a pesquisa da Demografia Médica de 2025, que aponta que a maioria dos médicos especialistas está na rede privada e apenas 10% deles atende o SUS exclusivamente.