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Mosca branca ameaça cajucultura na região de Picos e causa prejuízos a produtores

A cajucultura na região de Picos enfrenta um surto severo da praga conhecida como mosca branca, que tem provocado grandes prejuízos aos produtores locais. O alerta foi feito por Esdras Alencar, coordenador regional da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), por meio da Unidade de Sanidade Animal e Vegetal (Usav) de Picos.

“A mosca branca é uma praga corriqueira. Infelizmente, os ataques dela sucedem a um período de má distribuição de chuva. Este ano, a distribuição foi bastante irregular, ocasionando a grande e severa seca que ainda enfrentamos”, explicou Alencar.

A praga, segundo o coordenador, tem alto grau de agressividade e ataca especialmente os cajueiros. O inseto se aloja na parte inferior das folhas, onde deposita ovos e libera uma substância açucarada conhecida como mela, que favorece a formação de fungos como a fumagina.

“Essas ninfas vão chupando a seiva das plantas e, ao mesmo tempo, excretam uma substância açucarada que recobre as folhas. Isso ocasiona o aparecimento de um fungo enegrecido, que impede o processo fotossintético da planta”, detalhou.

O impacto pode ser grave, causando redução na produção e até morte das plantas em casos mais avançados. Para conter o avanço da praga, a Adapi, em parceria com o Conselho de Desenvolvimento Territorial do Guaribas, recomenda tratamentos alternativos baseados em pesquisas da Embrapa, com uso de óleo vegetal e detergente neutro.

“Estamos adotando dois produtos fáceis de adquirir: óleo vegetal e detergente neutro. A mistura deve ser aplicada na parte da tarde, evitando o calor intenso, e banhar toda a planta. Estudos indicam eficácia de até 90% no controle da praga”, afirmou Alencar.

A orientação é que os produtores realizem inspeções semanais e mantenham monitoramento constante das plantações. A solução deve conter 2% de óleo vegetal (de soja, mamona ou algodão) e 1% de detergente neutro, aplicada sobre toda a planta. O método pode controlar a infestação em até oito dias, principalmente na fase larval.