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Internações crescem 222% em um mês no Piauí; 43% das vagas em UTIs estão ocupadas

Cidadeverde.com

O Piauí alcançou, na quarta-feira (6), seus maiores números de ocupação de leitos hospitalares desde o início da pandemia provocada pelo novo coronavírus. O crescimento em um mês foi de 79 internações no dia 6 de abril para 254 da última quarta-feira (6) – alta de 222%.

Ao longo de abril, esse crescimento se deu de forma gradual. Contudo, o estado que chegou ao final do mês com 191 pacientes internados, viu esse número crescer para 254 em apenas seis dias – 63 novas internações em menos de uma semana.

O maior crescimento se deu na ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que atingiu 43,4% da capacidade do estado. Em 6 de abril, eram 30 pacientes em UTIs públicas ou privadas. Ontem, o número chegou a 82, sendo 69 somente em Teresina.

Os leitos clínicos, para pacientes com quadro de saúde menos grave, também tiveram crescimento na sua ocupação: passou para 167 internações em 6 de maio (22% da capacidade), contra 48 do mesmo dia do mês passado. No mesmo período, o número de leitos também aumentou.

O crescimento das internações acompanha o avanço do número de casos confirmados, que bateu recorde de 102 testes positivos em 24 horas e ultrapassou a marca de 1.000 em todo o Piauí. Até ontem (6), 35 pessoas infectadas pelo novo coronavírus haviam falecido no estado.

A situação fez o secretário estadual de Saúde, Florentino Neto, alertar a população para o problema provocado pela Covid-19 em todo o mundo: o risco de colapso no sistema de saúde por número elevado de pacientes, que já atingiu Manaus (AM) e forçou São Luís (MA) a decretar “lockdown”, o bloqueio geral de atividades, para forçar o isolamento da população e tentar reduzir o número de pessoas infectadas.

“Nós estamos aqui continuando a nossa ação de estruturação da rede. Praticamente todos os dias a gente consegue adicionar mais leitos de terapia intensiva em todo o estado do Piauí. (…) Nós não vencemos essa guerra. Nós estamos trabalhando dioturnamente para vencê-la. E todos nós podemos contribuir com o isolamento domiciliar”, afirmou Florentino Neto.

Ocupação de UTIs é a maior

Na capital, o hospital da Universidade Federal do Piauí (UFPI) está com seus 9 leitos de UTI ocupados. No Hospital de Doenças Tropicais Natan Portela, apenas uma das 7 vagas na UTI está disponível, de acordo com relatório divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi).

Em outras unidades de saúde de Teresina, a situação das UTIs ainda é tranquila em relação aos leitos ocupados. Mas até a rede privada tem hospitais com muitos pacientes internados. No Prontomed, das 20 vagas em UTI, 16 tinham pacientes até ontem. No São Marcos, metade dos 20 leitos estavam ocupados.

No interior, o hospital Dirceu Arcoverde, em Parnaíba, tem 11 vagas de UTI e 9 pacientes internados. A cidade, que recebe pacientes de outros municípios da região, é a segunda do Piauí em número de casos confirmados (55) e mortes (3).

Esforço para aumentar o número de leitos

Uma das alegações para a adoção do isolamento social é proporcionar que o sistema de sáude possa ser reforçado antes do aumento do número de internações. O objetivo é garantir o tratamento de quem contrair o coronavírus ou tiver qualquer outra enfermidade.

No caso do Piauí, nos últimos 30 dias, o número de leitos cresceu também de forma gradual, mas ainda em ritmo mais lento que o avanço da Covid-19, como é possível ver no gráfico organizado pelo Cidadeverde.com, com base nos dados disponibilizados diariamente pela Sesapi. A área verde indica leitos disponíveis, enquanto a vermelha mostra a ocupação provocada pelas internações.

No dia 6 de abril, eram 723 leitos clínicos. No dia 6 de maio, 760. Esse número deve aumentar de forma considerável a partir da próxima semana, para quando estão previstas as inaugurações dos hospitais de campanha de Teresina – dois da Prefeitura e um do Governo do Estado.

Quando o assunto é UTI, o crescimento do número de leitos disponíveis foi maior: subiu de 148 para 189 no intervalo de um mês. Além de medidas do poder público nas esferas federal, estadual e municipal, as novas vagas de terapia intensiva que estão sendo criadas também contam com reforço da iniciativa privada.

Fábio Lima
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