O Piauí pode estar a caminho de se consolidar como um novo polo estratégico na mineração global. A empresa canadense Origen Resources Inc. anunciou a assinatura de uma Carta de Intenções (LOI) visando a aquisição de um promissor projeto de terras raras no interior do estado. A iniciativa tem o potencial de inserir o Piauí no mapa mundial de produção de insumos cruciais para tecnologias limpas, energias renováveis e eletrônicos de alta tecnologia.
O acordo em negociação abrange um pacote mineral significativo de 3.978 hectares, divididos em dois blocos de concessão. Além disso, a Origen garantiu o direito de preferência sobre outras cinco áreas de exploração também situadas em território piauiense.
Amostras Revelam Alto Potencial
Análises preliminares de amostras coletadas na superfície da área indicaram teores de até 1,61% de Óxidos Totais de Terras Raras (TREO). Este índice é considerado elevado e robusto para coletas superficiais, confirmando o potencial mineral da região.
A companhia canadense está avaliando dois modelos de depósito. Um deles é formado por leitos de fosfato com enriquecimento em elementos de terras raras e urânio. O segundo, e de particular interesse, é o do tipo Depósito de Argila de Adsorção Iônica (IACD). Esta estrutura geológica é a principal responsável por mais de 80% da produção mundial de terras raras pesadas (HREE), com predominância na China.
Este modelo IACD despertou a atenção da Origen por possibilitar um método de extração menos agressivo ao meio ambiente. A empresa projeta que o projeto piauiense possa se tornar uma referência em mineração sustentável.
“Vemos esta oportunidade como um ajuste particularmente bom com a experiência de nossa equipe de exploração e um alvo sob demanda que pode ser avaliado rapidamente,” declarou Gary Schellenberg, CEO da Origen Resources.
Próximos Passos e Investimento
A Origen terá um período de exclusividade de 150 dias para conduzir a fase de due diligence (análises técnicas e jurídicas) do projeto. Se a viabilidade for confirmada, a empresa se compromete a investir US$ 1 milhão em exploração nos dois anos subsequentes. O acordo também prevê um pagamento de US$ 50 mil ao fornecedor da área e a emissão de 2 milhões de ações da companhia.
Reforço à Fronteira Mineral Brasileira
O anúncio reforça as recentes avaliações do Serviço Geológico do Brasil (SGB), que considera o Piauí uma das fronteiras minerais mais promissoras do país. A Bacia do Parnaíba, onde o projeto se localiza, é historicamente conhecida pela presença de concreções fosfáticas da era Devoniana, que frequentemente abrigam altas concentrações de elementos de terras raras e urânio, o que sustenta as expectativas para o subsolo piauiense.
Com informações do O Dia





