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Dia Internacional da Pessoa com Deficiência: conheça a história de superação de Anderson Santos

Anderson Santos. Foto: arquivo do entrevistado

Por Luana Pereira
Estagiária R.Sá

“Todos são iguais perante a Lei, sem distinção, de qualquer natureza, garantindo-se a todos a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Isso é o que estabelece a Constituição brasileira. Mas a realidade é bem distante do que prevê a lei, a começar pela inclusão das pessoas com algum tipo de deficiência.

Também conhecido como Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, esta data, 03 de dezembro, tem o objetivo de informar a população sobre os assuntos relacionados à deficiências em geral.

De acordo com dados da ONU, aproximadamente 10% da população mundial têm alguma deficiência. O termo inclusão é o primeiro a ser mito na sociedade, pois na maioria das vezes nos debatemos com diversas situações contraditórias que é a realidade.

“Eu tive uma infância bem complicada por questão de aceitação mesmo da minha da minha deficiência”, afirmou Anderson Santos.

Anderson nasceu no dia 26 de outubro de 1993, com uma doença chamada Artrogripose Múltipla Congênita, refere-se a uma variedade de condições que envolvem limitação congênita dos movimentos das articulações, no qual ele tem os membros inferiores atrofiados e por conta disso usa cadeira de rodas.

Anderson Santos. Foto: arquivo do entrevistado

Mas nem sempre foi assim, natural de Salvador – BA, ele morou na capital da Bahia até os 7 anos de idade, depois mudou-se para Picos, passando a morar no bairro Boa Vista, onde viveu boa parte da infância e seus maiores desafios.  

Anderson conta que na época não tinha sua cadeira de rodas por esse motivo a ida a escola era muito mais difícil. “Estudei 3 anos aqui, fiz 2º, 3º e 4º série e me lembro que ia engatinhando para a escola, mesmo assim nunca perdi um ano apesar das dificuldades”, salientou.

Em 2005, ele voltou para salvador e continuou da quinta série. Na instituição onde passou a estudar sofreu violência e física dos colegas da escola. “Foi um momento muito complicado principalmente por questão de aceitação então foi um processo bem conturbado na minha vida eu tive que me adaptar e tentar conscientizar as pessoas”, contou.

Em 2007, Anderson relata como foi virando o jogo e conquistando os colegas. “Eu comecei a organizar passeios, participar de atividades artísticas, daí comecei a conquistar esse espaço e respeito deles”, explicou.

No entanto, quando se tem persistência e alegria para encarar a vida o mundo torna-se um lugar melhor.  Foi o que Anderson Santos decidiu fazer.

Anderson Santos. Foto: arquivo do entrevistado

Hoje, com apenas 28 anos de idade, ele é palestrante e secretário de Juventude do Partido Verde da Bahia. Anderson possui Bacharelado em Serviço Social pela Estácio de Sá, e também está fazendo o curso Interdisciplinar em Humanidades pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Além disso, Anderson também é professor e diretor do Valsa em sua cidade natal, Salvador, onde tem um trabalho social numa comunidade chamada Castelo Branco. Foi candidato a vereador ano passado, obtendo 449 votos.  Uma das suas grandes realizações foi no momento em que tirou sua habilitação e comprou seu carro adaptado, ele explica que preza sua independência. Sua persistência fez com que ele tirasse sua carteira de motorista.

“Com muita dificuldade eu consegui adquirir meu carro adaptado, isso facilitou muito minha vida, esse carro foi uma questão de liberdade algo que eu nunca imaginei”‘, afirmou.

A deficiência precisa ser entendida e abraçada por toda a sociedade, melhor acesso para que haja inclusão entres todos principalmente no mercado de trabalho, isso trará avanços sociais. “Talvez por nunca ter sentido eu não sinto falta das minhas penas, eu sou muito feliz do jeito que sou e devo isso a minha família que são parte do que eu sou hoje, e aos meus amigos sem duvidas”, conclui.