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Cármen Lúcia defende mais mulheres no STF: ‘É importante ter mulheres em todos os lugares’

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

A ministra Cármen Lúcia, única mulher atualmente no Supremo Tribunal Federal (STF), aproveitou o debate em torno da aposentadoria do ministro Luis Roberto Barroso, para reforçar seu apoio à presença de mais mulheres na mais alta Corte do país O posicionamento foi dado nesta quinta-feira (16).

Durante evento promovido pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Cármen destacou a importância da representação feminina em todos os espaços da sociedade.

A presença feminina deve estar em todos os espaços, não apenas de poder, mas de participação, de atuação, no sentido de termos uma sociedade verdadeiramente representada”, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo.

A magistrada ressaltou ainda que as mulheres compõem mais da metade da população brasileira e do eleitorado, e há muitas profissionais qualificadas no campo jurídico que podem ocupar a cadeira de Barroso.

“Nós somos 52% da população brasileira, quase 53% do eleitorado. Então é importante que em todos os lugares haja mulheres. Temos mulheres muito competentes no Direito: grandes juízas, procuradoras, advogadas públicas e muitas grandes professoras, inclusive aqui na USP”, afirmou a ministra.

As declarações de Cármen Lúcia estão em sintonia com movimentos dentro do Judiciário e da sociedade civil que defendem a indicação de uma mulher para a vaga deixada por Barroso. O próprio ministro já afirmou que “ver com gosto” a possibilidade de uma sucessora.

Esta será a terceira indicação a ser feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao STF em seu terceiro mandato. Até agora, ele nomeou os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin. Ao longo de todos os seus mandatos, Lula já teve a oportunidade de indicar dez ministros para a Corte e apenas uma mulher foi escolhida, a própria Cármen Lúcia.

Em 134 anos de história e entre 170 ministros nomeados, o STF contou com apenas três mulheres em sua composição. Dentre elas, nenhuma era negra.

Por Estadão Conteúdo