DestaquesPolícia

71% de ameaças digitais contra mulheres envolvem morte e estupro; aponta estudo

Violência digital (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

De acordo a pesquisa “Regime de ameaça: a violência política de gênero e raça no âmbito digital (2025)”, lançada nesta quarta-feira (27/08) pelo Instituto Marielle Franco, a violência digital contra mulheres demonstrou que 71% das ameaças envolveram morte ou estupro, e 63% das ameaças de morte faziam referência direta ao assassinato de Marielle Franco.

Ainda de acordo com o estudo, as vítimas em sua maioria são mulheres negras cis, trans e travestis, LGBTQIA+, periféricas, defensoras de direitos humanos, parlamentares, candidatas e ativistas. A pesquisa foi embasada em uma sistematização de dados obtidos a partir de atendimentos feitos pelo Instituto, em parceria com o Instituto Alziras, o portal AzMina, o coletivo Vote LGBT, o centro de pesquisa Internet LAB, além de dados captados da Justiça Global e Terra de Direitos.

“São mulheres que carregam, na vida e na luta, a base que sustenta este país, mas seguem invisibilizadas. A violência que atinge cada uma delas é também uma violência contra a democracia”, afirma Luyara Franco, diretora executiva do IMF e filha de Marielle.

Segundo a pesquisa, a criação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça é uma recomendação para tentar solucionar a problemática e deverá orientar ações do Estado, do Legislativo, da sociedade civil e das plataformas digitais para garantir a proteção de mulheres negras na política. O Instituto Marielle Franco foi criado em 2019 sem fins lucrativos pela família da vereadora e atua na preservação de seu legado, assim como, uma rede de apoio para mulheres negras, pessoas LGBTQIA+ e periféricas a seguirem em busca de um mundo mais justo e igualitário.

Fonte: oitoemeia